Casa do Povo fechada para os servidores de Navegantes

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Os servidores públicos municipais de Navegantes foram impedidos de entrar no plenário da Câmara de Vereadores na noite nesta segunda-feira para acompanhar a sessão da Casa Legislativa, tendo cerceado o seu direito de cidadão e trabalhador do município. A justificativa apresentada pela presidência da Câmara foi de que a rampa de acesso está em reformas, porém, além de não apresentar nenhuma obra aparente no local (que não estava interditado), não é difícil constatar que outros eventos na Câmara estão recebendo público.

No dia 29 de outubro, a Câmara postou em suas redes a agenda de sessões de novembro, com a seguinte legenda: “todas as sessões são abertas ao público e transmitidas ao vivo nas redes sociais da Câmara”. Dois dias depois, uma resolução da mesa diretora suspendeu o acesso do público nas sessões por conta da referida obra, período em que os servidores já estavam se mobilizando para acompanhar de perto a votação de projetos importantes do Poder Executivo que tratam diretamente da carreira da categoria.

No dia 19 de novembro, uma audiência pública foi realizada no plenário da Câmara pela Prefeitura Municipal para apresentação de metas fiscais do 2º quadrimestre de 2025. No edital da audiência, a prefeitura “convoca a população em geral para participar”.

Diante da aparente liberação do local, os servidores públicos se mobilizaram para ir a Câmara de Vereadores nesta segunda-feira conforme deliberado em Assembleia Geral. A visita a Casa do Povo faz parte de uma série de ações propostas pelos próprios servidores para demonstrar o descontamento com medidas adotadas pela Prefeitura e a importância de os vereadores debaterem com os servidores antes de votarem qualquer projeto que interfira no serviço público municipal.

Ao chegar ao local, os servidores se depararam com a rampa liberada para o acesso, tanto é que nos vídeos das sessões de novembro é possível perceber várias pessoas assistindo sentadas na plateia do plenário. Porém, um assessor de nome Luis foi conversar com os servidores presentes e informou que seria possível acompanhar a sessão apenas pelo YouTube, sem acesso ao plenário.

Evitando conflito, os servidores ali permaneceram, em frente ao prédio da Câmara, para aguardar o encerramento da sessão. O mesmo assessor chamou então uma guarnição da Polícia Militar na tentativa de intimidar os presentes. A PM esteve no local e como percebeu que não ocorria nenhuma irregularidade, não fez qualquer menção para dispersar os servidores, apenas permanecendo no local.

Descontente de que não havia nenhuma confusão no lado externo da Câmara, o próprio Luis tentou criar uma confusão, exigindo que os servidores saíssem de frente do prédio e abrissem espaço na calçada em obras, mas não teve sucesso.

Ao final da sessão, os servidores estenderam uma faixa e aguardaram a saída dos vereadores. Alguns vereadores não quiseram conversar e apenas três parlamentares pararam para dialogar: Delegada Patrícia, Jonas e Artur Emílio.

O último a sair foi o presidente da Câmara, que ignorou a presença dos servidores e, ao ser vaiado, saiu “batendo as tamancas”. No caminho, começou a ofender e provocar o presidente do Sindifoz, Francisco Johannsen, enquanto seu assessor vinha atrás filmando, esperando um flagra de algum servidor ou o próprio Francisco partindo pra cima do vereador.

Como nada ocorreu, e o jogo de cena tão manjado não deu resultado, o vereador “tiktoker” foi para as redes sociais fazer o que é costumeiro: distorcer a realidade dos fatos na busca de likes. Em seu discurso, ele tenta partidarizar um movimento de todos os servidores, cuja visita a Câmara foi definida em Assembleia e aprovada por unanimidade pela categoria, que está apenas lutando pelos seus direitos.